Há anos que Cadilhe, o ministro das Finanças das vacas gordas, volta à carga com a mesma asneira. Que Portugal precisa de um estímulo de despesa pública. Como é possível ignorar o gravíssimo problema da competitividade? Como é possível não perceber que um eventual estímulo (ainda por cima artificial) da procura interna só terá como efeito um aumento do défice e da dívida externos? Para além de atrasar o processo de recuperação da competitividade perdida, processo esse que está, estranhamente, muito incipiente.
Depois temos o jogo de palavras. Para Cadilhe “recessão” deixou ter o significado técnico de dois trimestres sucessivos de decréscimo do PIB para significar qualquer crescimento abaixo do potencial. Esticar conceitos desta forma pode ser interessante num contexto literário, mas é péssimo num contexto científico.
Já agora poderia acrescentar uma palavrinha sobre o problema sério que temos ao nível do próprio crescimento potencial, que está em queda e esse é um problema muito mais sério, que seria agravado com a sugerida receita para o problema conjuntural. Ou seja, Cadilhe oferece a solução errada para o problema errado. O problema maior não é a divergência conjuntural com a UE, mas sim a divergência estrutural que se vem desenhando.
Ainda recentemente Miguel Beleza teve palavras menos simpáticas a descrever os conhecimentos de economia de Cadilhe. Não subscrevo os termos dessa crítica, mas só posso concordar com o seu conteúdo.
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