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quarta-feira, 13 de julho de 2011

À deriva

O meu primeiro artigo no jornal "i", sobre o falhanço dos políticos e da sociedade civil nos últimos 15 anos.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Alternativas ao “capitalismo neoliberal”

André Freire, no Público de hoje, p. 41, vem propor-nos alternativas ao “capitalismo neoliberal”. Em primeiro lugar há que saudar o esforço, embora o resultado prático não seja famoso.

A primeira proposta é estranhíssima: “taxas Tobin ‘sobre o IDE’ (investimento directo estrangeiro” com o objectivo de “penalizar os capitais especulativos”. Mas o IDE é o oposto de capitais especulativos! Esta confusão conceptual é a morte do artista, mas adiante. O IDE deve ser bem acolhido e muitos países o que fazem é criar taxas Tobin negativas, ou sejam criam condições fiscais mais favoráveis ao IDE. Exactamente o oposto do proposto.

Quanto aos capitais especulativos, sob pressão (intelectual) de Stiglitz, o próprio FMI já veio reconhecer (embora tenha tido o comportamento vergonhoso de não reconhecer a dívida intelectual a Stiglitz) que a liberalização financeira dos capitais de curto prazo não é útil: Prasad, Eswar; Rogoff, Kenneth; Wei, Shang-Jin & Kose, M. Ayhan (2003) “Effects of financial globalization on developing countries: some empirical evidence” March 2003, FMI.

Segue-se “Thomas Palley propõe uma nova agenda para a globalização que passa por, primeiro, encarar a liberalização do comércio mundial como um meio (…) e não um fim.” Por amor de Deus, isto é um insulto à inteligência de qualquer leitor! Com cruzadas quixotescas destas não se vai a lado nenhum.

Quanto à valorização das condições de trabalho e ambiente, isto cheira a proteccionismo dos trabalhadores mais pobres dos países ricos (onde existem generosos apoios sociais) contra a generalidade dos trabalhadores dos países pobres. Uma postura bem egoísta, de tentar evitar que os países que sempre foram pobres possam aceder a níveis de rendimento nunca antes sonhados.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Irrealismo

Há para aí muito irrealismo, de gente que acredita que as coisas más só acontecem porque há pessoas más. Parece que a evolução natural dos acontecimentos nunca poderá levar a más consequências. Por outro lado, faz parte da “mitologia” de que o homem é todo-poderoso. Neste caso, todo-poderoso para o mal.

Ainda recentemente ouvi um sindicalista dizer que o problema da desigualdade da distribuição do rendimento em Portugal tinha a ver com a corrupção. Não se afirma que a corrupção seja irrelevante, mas centrar a causa neste fenómeno parece advir do medo de se confrontar com realidades desagradáveis. Por exemplo, de que a desigualdade está relacionada com o fracasso da “escola pública”. Ou que o fenómeno da globalização valoriza mais as maiores qualificações.

Já em relação às subidas de preços dos produtos agrícolas não falta quem considere que o principal problema é a acção dos “especuladores”, os únicos “maus”. Esquecem que estas subidas de preços advêm, entre outros factores, do aumento da procura de centenas de milhões de chineses e indianos, entre outros, que estão a sair da pobreza. Na verdade aqui também há a mão de uma má política pública: o subsídio aos biocombustíveis.

Para além de que os “especuladores” fazem apostas, não estão a jogar um jogo seguro. Se, com os dados em presença, os “especuladores” prevêem uma subida dos preços alimentares, o que eles fazem é antecipar a realidade e não mudar essa realidade. São mais mensageiros que mensagem. Mas, se os “especuladores” errarem as suas previsões, vão perder milhões nas suas apostas falhadas. Por isso, mesmo estas apostas têm que ser um risco calculado.