terça-feira, 27 de novembro de 2007

Petição para memorial do massacre de 1506

Copiado do Arrastão:
"A proposta de edificação de um memorial às vítimas do massacre judaico de Lisboa de 1506, agendada para discussão e aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa para o passado dia 31 de Outubro, foi adiada "sine die" e corre o risco de ficar esquecida ou subvertida no seu sentido cívico. Em nome da memória do horrendo crime cometido em Lisboa nos dias 19, 20 e 21 de Abril de 1506, que vitimou milhares de cristãos-novos baptizados à força pelo Rei D. Manuel I em 1497, os cidadãos signatários desta petição reclamam da Câmara Municipal de Lisboa que mantenha e execute a proposta tal como foi concebida e na simbólica data prevista de 19 de Abril de 2008."

Assine a petição:

sábado, 24 de novembro de 2007

Falta de comunicação

Parece existir um grave problema de comunicação dentro do ministério da Cultura. Parece que os serviços não enviam comunicação com sentido de oportunidade: não é desculpa dizer que já enviaram essa informação há x anos. É insensato achar razoável que uma ministra fique a saber tudo o que a antecedeu. Ainda há pouco era a falta de funcionários em museus. Agora é a ministra a dizer que não fazia ideia do interesse em comprar a obra de Tiepolo que vai brevemente a leilão. Há vários dias que esta notícia é ventilada nos jornais. Parece que o problema de comunicação é mais vasto do que entre os serviços e o gabinete da ministra. Este gabinete parece que não dispõe sequer de um serviço de comunicação que leia jornais. A própria ministra não lê jornais?
A desculpa de que não sabia parece uma desculpa esfarrapada, mas que resulta pior a emenda que soneto. Se não sabia, revela uma incompetência (mais uma) indesculpável.
Já agora o título de hoje do Público, p. 12 "Ministra não sabia que Estado queria comprar obra de Tiepolo" é uma malandrice. Desde quando a recomendação de alguns quadros e dirigentes da administração pública, por mais seniores, se transforma em "vontade de Estado"?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Leitura obrigatória

O artigo do Prof. Campos e Cunha, hoje no Público, p. 51, sem link. Finalmente um arrasar detalhado da carpintaria financeira das Estradas de Portugal. O desmontar de um processo de obtenção de receitas extraordinárias que se esgotará dentro de dois ou três anos, ficando nós a pagar com juros exorbitantes, muito superiores aos da dívida pública, durante mais de 70 anos!

Insisto: como é que toda a oposição continua a dormir? Não lêem jornais? Lêem mas não sabem quem devem ler? Lêem e não percebem? Percebem mas não tiram ilacções? Dúvidas ...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Apoiado

"PSD deverá chumbar proposta de aumento do valor máximo do IMI
A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) deverá chumbar, esta terça-feira, com os votos contra do PSD, a proposta do executivo camarário de fixar em 0,8 por cento o Imposto Municipal sobre Imóveis. Segundo fonte da presidência camarária, o chumbo desta proposta pode custar à Câmara uma diminuição de nove milhões de euros no orçamento da autarquia."
in http://tsf.sapo.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF185622

O PS está a abusar na estratégia de equilíbrio das contas públicas através do aumento dos impostos e praticamente nada do lado da despesa. Contra todos os preceitos.

PSD a dormir

A Dra. Teodora Cardoso, veio ontem no Jornal de Negócios, sugerir que o processo Estradas de Portugal seja examinado (já o deveria ter sido) pela UTAO (Unidade Técnica de Acompanhamento Orçamental). É muito importante saber as implicações de longo prazo sobre as contas públicas deste negócio. O que é que o PSD está à espera para pedir à UTAO para fazer esta análise?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Teme-se o pior

Título principal do Diário Económico de hoje: "Fisco com ordem para cobrar ao máximo até final do ano"
Parece que as receitas da cobrança coerciva estavam em Setembro 4% abaixo das metas. Será que a própria previsão do défice está em risco? Seria o cúmulo, depois de tantos foguetes.
Mas parece que o governo está a pagar a factura de ter deixado a DGCI sem um verdadeiro líder durante largos meses. Uma imprudência incompreensível. De certeza que não foi de repente em Setembro que surgiram os problemas. Estamos a apenas mês e meio do final do ano (por acaso com menos feriados do que é costume), imaginamos a pressão com que vai estar a DGCI. Ainda muito recentemente a Dra. Manuela Ferreira Leite alertou para os abusos do fisco, o que recebeu divulgação amplificada nos mais diversos meios, até por ter sido ela que nomeou o Dr. Paulo Macedo, que deu a volta ao fisco. Se já havia imensas razões de queixa, teme-se o pior.
Salve-se o défice, não com redução efeciva e duradoura da despesa, mas com abuso do contribuinte. Tecnicamente errado e politicamente mortífero.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Falta de quê?

Segundo o Público de hoje, p. 6, "Menezes quer castigar Sócrates com eleições para a Junta de Freguesia de Caldas de São Jorge, Santa Maria da Feira." Esta junta tem o astronómico número de eleitores de "cerca de 2200", ainda segundo o mesmo jornal. Isto revela um interesantíssimo programa eleitoral do PSD, quer a nível eleitoral, quer a nível da Junta de Freguesia. Extraordinariamente mobilizador. Vou já votar contra o que está, só porque não gosto, mesmo não conhecendo rigorosamente nada do que a alternativa propõe(?).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Imoral

A concessão à Estradas de Portugal só termina em 2099. Ainda segundo o Público de hoje, p. 37, "Governo garante que não privatiza a empresa neste mandato." Duplo descaramento. É imoral e deveria ser inconsitucional que um governo por maioria simples se comprometesse por um período que excede muitíssimo o seu mandato. O descaramento seguinte é o dizer que não privatiza NESTE mandato. Gato escondido, não com o rabo de fora, mas com todo o corpo de fora. Só a cabeça está escondida, como as crianças pequenas.

Este governo usa e abusa do spin, mas a qualidade deste é patética.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Há 18 anos, queda do muro de Berlim

Uma data das mais emocionantes, que marca o fim da Guerra Fria e, dizem muitos historiadores, o fim do século XX.
Parecia que o totalitarismo comunista duraria muito mais tempo, e afinal...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ciclo vicioso na Justiça

A propósito de uma notícia salientada pela Helena Garrido:
http://vistodaeconomia.blogs.iol.pt/6713/

"Competitividade a ganhar nas dívidas
As empresas portuguesas 'gastam' 50 milhões de horas por ano na recuperação de dívidas.

Eis uma área onde poderíamos ganhar competitividade."

Eis uma área em que um mínimo de comparações internacionais é imprescindível. Pena que o estudo da Intrium Justitia não o faça, pelo menos de acordo com o artigo. E a comparação internacional é que nos leva à competitividade.
Quanto a conhecer os clientes diria que há duas vertentes: a solvência e a honorabilidade. É mais fácil conhecer a primeira do que a segunda.
Aliás penso que entrámos num ciclo vicioso de diminuição desta honorabilidade. Como na prática a justiça quase não funciona, quem está na franja entre cumprir e não cumprir, quando vê aumentar o benefício de não cumprir, tem maior probabilidade de cair na tentação.
Ao haver muitos a cair na tentação, a justiça ainda entope mais. Então o benefício de não cumprir aumenta. E da cappo...
O mau funcionamento da justiça está, ele próprio, a aumentar a procura de justiça, que agrava o mau funcionamento desta.

sábado, 3 de novembro de 2007

Faltar às aulas

Este governo de bem intencionados (o que é que isto tem a ver com o Inferno?) quer dar uma mão caridosa aos jovens em risco de chumbar por faltas injustificadas. O que impressiona neste tipo de intervenção é a cegueira perante algo que até já está tipificado na literatura da ciência política.
Quando se criam ajudas para certo tipo de comportamento desviante, acaba-se SEMPRE por incentivar esse mesmo comportamento desviante.
Logo, a consequência principal da medida (felizmente abortada) não seria uma segunda oportunidade com resultados práticos. Em que mundo é que vivem os governantes que imaginam que uma parte significativa dos que faltam são génios que não precisam de ir à aulas para saber a matéria? Não percebem que é por não estarem minimamente capazes de seguir a matéria que faltam? Interessa alguma coisa estar a dar uma 2ª oportunidade, com um brutal dispêndio de recursos, e depois 90% do alunos chumbarem na mesma?
A principal consequência seria o aumento das faltas injustificadas. Como em Portugal há um enorme défice de auto-disciplina, a melhor medida é adiar esta aprendizagem para quando eles começarem a trabalhar, e a ser rapidamente despedidos devido a problemas básicos de disciplina.
Este é também um exemplo em que uma pseudo-ajuda vai ter as piores consequências.
Uma educação sem disciplina é desestrurante.