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sábado, 2 de maio de 2009

Anti-democráticos

Alguns manifestantes da CGTP agrediram verbalmente e quase fisicamente Vital Moreira. O PCP não tem que se responsabilizar por actos isolados e não coordenados de alguns membros do seu partido. Mas não se demarcou claramente desses actos. Quer queiramos quer não, isto traz à memória aquela do Bernardino Soares que tinha dúvidas sobre se a Coreia do Norte não seria uma democracia.

Pois eu tenho a certeza que os comunistas nunca aderiram verdadeiramente à democracia.

sábado, 5 de abril de 2008

PSD e Menezes sempre a cair

Na sondagem Eurosondagem publicada da hoje no Expresso (em parceira com SIC e Rádio Renascença) Menezes cai pelo quarto mês consecutivo (um pouco irritante esta instabilidade de uma vezes publicarem os números e outras não). O PSD está com performance ligeiramente menos má do que o seu “líder”, mas cai pelo terceiro mês consecutivo, para 29,4%. Palavras para quê?

Entretanto Sócrates aguenta-se, sendo o governo e o PS quem mais sofre pelo desgaste governativo. Os grandes beneficiários são a CDU e o BE, os partidos dos irresponsáveis que não têm que confrontar as suas propostas com eventuais futuras aplicações. A esta distância das eleições não nos devemos preocupar excessivamente com estas intenções de voto anti-sistema, mas são um sinal a não ignorar.

O CDS ganha marginalmente (0,2pp para 6,0%), mantendo-se claramente no último lugar dos 5 partidos principais. Até quando se vai manter este vazio do lado direito do espectro político?

domingo, 16 de março de 2008

Intervencionismo vs. Liberalismo

A política deve guiar-se por princípios estruturantes e não ser casuística. Tomemos o eixo intervencionismo-liberalismo, um dos mais relevantes na localização ideológica. Este eixo deve ser visto como uma linha contínua e não como dois pontos extremos. Até meados dos anos 70 do século passado havia um predomínio do intervencionismo. Nixon (presidente Republicano, conservador) afirmou em 1971: “Agora sou um keynesiano” [intervencionista].

Nesta década de 70 vai dar-se uma mudança tectónica, com o liberalismo a passar a ocupar a mó de cima. Primeiro com o reconhecimento aos seus teóricos, com o Nobel da Economia (recém-criado em 1969) a ser atribuído a Friedrich von Hayek (1899–1992) em 1974 e a Milton Friedman (1912-2006) em 1976. A passagem à prática política dá-se com a vitória de Margaret Thatcher nas eleições legislativas no Reino Unido em 1979.

Esta onda liberal vai espalhar-se a todo o mundo. Veja-se o exemplo muito relevante das privatizações que percorreram toda a Europa, Ásia, América Latina e África. Também os ventos da globalização (no sentido estrito de liberalização de trocas comerciais) resultam deste movimento tectónico liberalizador. Por isso um socialista poderia dizer, que hoje somos todos liberais.

Em Portugal o esquerdismo serôdio do 25 de Abril atrasou esta transição e só a revisão constitucional de 1989 acabou com a irreversibilidade das nacionalizações de 1975 e permitiu o início das privatizações e liberalizações consequentes (desmantelamento de monopólios).

Entretanto quase todos os partidos políticos portugueses acompanharam esta mudança tectónica e são hoje muito mais liberais do que eram em 1976, para saltar por cima dos desvarios do PREC. A excepção mais relevante é o PCP, que gostaria que o tempo tivesse parado algures antes da queda do muro de Berlim.

Dado este enquadramento, é inadmissível que o PSD tente ultrapassar o PS pela esquerda, defendendo ainda maior intervencionismo que os socialistas. Neste momento o PS está com uma agenda reformista (ou talvez pseudo) que é contra-natura para eles, mas que está a ocupar o lugar tradicional do PSD.

Isto está a colocar um problema de identidade ao PSD. Se o nosso partido, em vez de afirmar de forma mais nítida a sua identidade tradicional (que em parte o PS está a usar como travesti), tentar ultrapassar o PS pela esquerda, só agrava a crise de identidade. Seria como a luta de dois travestis, ambos pouco convincentes e um caos para o eleitorado.

domingo, 2 de março de 2008

Sondagem negativa

A sondagem do Expresso de ontem tem uma tonalidade muito negativa. Todos os líderes partidários caiem na sondagem (Menezes cai há 3 meses consecutivos, o pior desempenho de todos). Sócrates é o que cai mais este mês, mas mantém níveis muito elevados de popularidade.

Quanto aos partidos, por construção, não podem cair todos. O que mais cai é o PSD, enquanto o PS sobe. O CDS não consegue aproveitar o mau momento do PSD e cai também, o que parece um pouco extraordinário, excepto se nos lembrarmos das referências sucessivas a negócios pouco claros. Uma questão das mais humilhantes é o CDS estar cada vez mais abaixo do BE.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

PCP não é deste mundo

Do Diário de Notícias de hoje, p. 21 “O PCP quer mudar a Lei do Financiamento partidário defendendo que se deve baixar as despesas com as campanhas eleitorais e as subvenções públicas que desde 2003 atingem valores “absurdos”, defendeu ontem Bernardino Soares.” [O português podia ser melhorzinho…]

Esta coisa de tentar martelar a realidade com leis diz muito da falta de sentido da realidade de muitos políticos que se preocupam em parecer que fazem o certo e não se preocupam em resolver mesmo os problemas.

Antes de tentar descer os actuais limites convinha confirmar que eles estão mesmo a ser respeitados. Se não há uma verdadeira fiscalização (parece que recentemente se estão a dar os primeiros passos…), para que serve apertar limites que não são hoje cumpridos? O único resultado será incentivar que mais dinheiro passe por debaixo da mesa.

Quanto a defender baixar as subvenções públicas, qual é a lógica? Ainda por cima vinda do PCP! Então, não é óbvio que quanto menos os partidos receberem do Estado, mais o dinheiro terá que vir dos privados? É evidente que, sendo essas subvenções função dos votos e fraca a expressão eleitoral do PCP, daqui pouco vem para os comunistas.

Há uma crítica com que concordo, a limitação da angariação de fundos a 1500 salários mínimos. Este é um típico exemplo de uma legislação hiper-hipócrita. A primeira impressão que causa é a de contenção. Mas o resultado prático, que é o que verdadeiramente interessa e o que devia preocupar o legislador, é que, ao limitar a angariação legal, se aumenta a angariação ilegal. Eu preferia que não houvesse qualquer limite e total transparência.

Alguém decidiu o voto porque viu um cartaz ou porque recebeu uma caneta com a sigla dum partido? Alguém imagina que um partido que consiga angariar muito mais dinheiro que os outros vai conseguir ganhar as eleições por isso? O que se poderá dar é o caso de um partido ter um programa e protagonistas tão aliciantes, que atrai muitos fundos e ganhe as eleições. Mas aí a causalidade é a inversa. Atraiu muitos fundos porque era aliciante e não tornou-se aliciante porque recebeu muitos fundos.