segunda-feira, 3 de março de 2008

Défice de bom senso

Segundo o Diário Económico de hoje, notícia de capa e entrevista online:

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/empresas/pt/desarrollo/1096054.html

Jorge Coelho tem uma empresa de consultadoria e vai agora passar a ter como cliente a Mota-Engil, a juntar à “Martifer, Visabeira, Novabase” segundo palavras do próprio. Coelho defende-se dizendo que não está no activo, que não tem nenhum cargo. Pois, é apenas membro da Comissão Política do PS, uma questão de somenos porque segundo ele “reúne-se poucas vezes por ano e é um órgão político de aconselhamento, não tem mais nenhuma função.” Pois, pois…

Num período em que se planeiam a construção do novo aeroporto e TGV (espero que entretanto este último disparate aborte), digamos que esta contratação não é propriamente o cúmulo da prudência.

Coelho não é estúpido, tem que perceber que este gesto só pode ser olhado como a maior das suspeições. Tem a cautela de dizer “Fui contratado para ser consultor na área do desenvolvimento estratégico e internacionalização.”, revelando alguma consciência do potencial melindre da contratação, acenando com a “internacionalização”. Mas, francamente, está à espera que ninguém suspeite de nada? Não está a pedir boa fé, está a pedir ingenuidade em doses olímpicas.

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