Menezes gosta de encher a boca e dizer que, com a sua eleição, houve uma alteração significativa: os barões deixaram de mandar e as bases passaram a assumir o poder.
Esta ideia assenta em vários equívocos. O primeiro é de que barões e bases estão dissociados e o que as bases mais gostariam é de ver um dos seus elementos como dirigente do partido. Será mesmo que o sonho de um sapateiro é ter um sapateiro como PM? Duvido.
O segundo equívoco é que as bases são compostas apenas por militantes de baixas qualificações. Ser das bases não é equivalente a ser básico. Um militante, digamos, que seja professor universitário de engenharia, mas não pertence a nenhum órgão interno, faz parte das bases. Ou não?
Finalmente, o equívoco mais grave. Menezes foi eleito em directas e, daí, pelas bases. Daqui Menezes conclui que tudo o que lhe sai da boca, por mais disparatado que seja, tem a bênção das bases, porque ele foi eleito pelas bases. A argumentação é tão idiota como a de Sócrates de que o PS foi eleito por maioria absoluta e portanto tudo o que o governo faz está certo, por definição de maioria absoluta. Estão bons um para o outro.
Com uma diferença, para pior, de Menezes. Este fala para as bases do partido, fala do que ele imagina que elas gostam ouvir. Só que isto tem um grande problema: as bases não são o país real.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Por exemplo, o António Taveira foi base, quando votou no L F Menezes. Anteontem, quando falou no Porto Canal, foi base ao dizer que Menezes devia ter um período de graça mais longo e barão ao dizer que discordava da abolição das quotas. Espero que tenha sido suficientemente claro.
Quem é o António Taveira?
foi secretário de estado do ambiente num governo de cavaco silva, candidato à câmara do porto em 1993 e marido da elisa taveira, hoje conhecida como elisa ferreira (ex-ministra socialista).
am
Enviar um comentário