Alfredo Bruto da Costa, coordenador do estudo Um Olhar sobre a Pobreza vem hoje falar nos salários “baixos” e na necessidade do seu aumento no Público, p. 3. Felizmente que tem consciência de que o aumento dos salários tem que vir depois do aumento da produtividade e não antes.
Infelizmente não parece ter consciência que, infelizmente, os salários em Portugal estão hoje demasiado elevados para a nossa produtividade. Faz também a confusão entre aumentar rendimentos dos mais pobres e aumentar salários. A economia, neste momento, não comporta aumentos salariais pequenos, muito menos aumentos salariais substantivos, que influenciassem verdadeiramente a pobreza. Mas existe alguma margem para aumentar os rendimentos, sem aumentar os salários. Um, é a redução dos impostos sobre os mais pobres, um instrumento pouco eficaz, porque os mais pobres não pagam IRS. Outro, mais eficaz, seria a criação do imposto negativo, ou melhor dizendo, a criação de um escalão negativo no IRS. Quem tivesse rendimentos abaixo de determinado montante, não só não pagava imposto, como recebia subsídio.
Acrescente-se que o governo desperdiçou uma oportunidade de ouro ao baixar o IVA, em vez de enveredar pelo imposto negativo.
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2 comentários:
A produtividade deve começar pelos patrões. Num país onde a maior parte desses senhores são pouco mais que analfabetos e prefere estourar todo o dinheiro que pode sacar da empresa em putas em lugar de investir na modernização não me parece que a sua teoria tenha pés para andar.
Pois, parece-me que então vamos ter que ficar com a sua "teoria".
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