Passos Coelho vinha propondo uma postura diferente, carregando na ideologia, marcadamente liberal. Não basta ter convicção em ideias estruturantes, é necessário ir às aplicações concretas, coisa que Passos Coelho não tem feito.
O principal problema que começa a emergir desta candidatura é a falta de coerência. Primeiro o deixar associar-se a pessoas vindas obviamente do PSD populista. Ninguém pode dizer “não quero o apoio explícito de fulano”, mas pode escolher os seus mandatários. Estranhíssima a escolha do mandatário da Juventude…
Mas esta ideia do PPC de pedir a descida do ISP é de uma demagogia indesculpável num economista. Portugal importa quase 90% da energia que consome e vamos fingir que não temos que nos adaptar a um mundo de energia cara durante as próximas décadas? Portugal é dos países que mais desperdiça energia, com um dos piores rácios entre PIB e energia utilizada. Portugal é dos países mais longe de respeitar os limites de Quioto e vamos fingir que a subida do preço do petróleo não nos obriga a mudar de vida?
Concordo que o ISP precisa de se aproximar dos níveis de Espanha. Mas, baixá-lo porque o preço do petróleo está a subir, é uma medida do mais anti-liberal que existe, transmitindo a ideia (que demasiados portugueses querem ouvir) que o Estado pode corrigir todas as adversidades do mundo, que toda a mudança é evitável, que o Estado se responsabiliza por tudo, que os cidadãos podem descartar as suas responsabilidades no Estado.
Eu defendo um liberalismo (o único?) em que o Estado favorece a mudança e não o imobilismo.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Passos Coelho entre o liberal e o populista
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