Título do Público de hoje, p. 41. Afectado quer pela via real (desaceleração das economias externas, em especial Espanha), quer pela via financeira (aumento do custo e da dificuldade de obtenção de crédito). Horta Osório acredita que Portugal será mais afectado do que a média e eu tenho que concordar. Em termos de economia real, Portugal tem um gravíssimo problema de competitividade, o que o coloca na pior situação para enfrentar esta desaceleração internacional.
Em termos financeiros, não só Portugal tem dos maiores rácios de endividamento da UE, como é dos países em que esmagadora maioria dos empréstimos são a taxa variável, o que o torna muito mais sensível a esta subida das taxas de juro.
Há um “problemazinho” extra, que tem levantado a cabeça, mas que ainda não surgiu verdadeiramente, que é a ameaça de um crash imobiliário. Eu penso que Portugal tem todas as condições para termos um crash destes. Há centenas de milhar de casas vazias, compradas apenas com intuitos especulativos. Dantes, esperar que elas se valorizassem era muito barato (taxas de juro baixíssimas) e rendia muito (as casas valorizaram-se imenso). Agora, ambas as condições se inverteram. Esperar pela valorização está cada vez mais caro e a valorização está a passar para desvalorização em várias zonas do país. Então faz mais sentido vender já, pressionando uma queda dos preços. O que agrava a desvalorização e força mais vendas. Um crash, em suma.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
“Horta Osório diz que Portugal será um dos países mais afectados pela crise do crédito de alto risco”
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