Afinal o pacote de salvamento do euro é baseado numa dupla batota. Por um lado invoca o artigo 122 do Tratado de Lisboa, sobre catástrofes naturais. Isto representa um abuso, que poderá ser contestado, mas é também uma atitude algo pragmática, que não me desgosta.
A segunda batota parece-me muito mais grave: usar este artigo para dispensar a unanimidade. O Reino Unido será a maior vítima deste estratagema, que recebe um “imposto europeu” sem ser ouvido. Logo os ingleses, amantes do “no tax without representation”. Logo nesta altura, em que estão com uma crise orçamental sem precedentes em tempo de paz.
Cheira-me que o pacote de salvação, que tanto entusiasmou os mercados antes de o perceberem verdadeiramente, se arrisca a ter um curto prazo de validade.
Algumas ideias via O Insurgente:
1 comentário:
o que importa é que o BCE, que tem bolsos fundos, está a comprar dívida
e hoje comprou dívida grega, irlandesa e portuguesa
e deu cabo de quem estava curto
o resto...
é para fazer de conta que há mais medidas
PS: o artigo 122-2 fala em ocorrências excepcionais que não possa controlar
e os britânicos que se cuidem, que em breve estarão eles na mira
pps: o sistema financeiro europeu (e mundial) esteve, pela segunda vez, à beira do colapso
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