Francisco Assis afirmou: “No dia em eu pedir desculpa por alguma coisa é para me retirar da vida política”. Esta atitude face ao erro é muito má. Quando não se assume que o erro é um acontecimento natural, ainda que indesejável, da actividade humana, fica-se em maus lençóis.
Em vez de reconhecer rapidamente um erro, pedir desculpa por ele, emendar o que se pode e seguir em frente, entra-se me negação, mente-se descaradamente, faz-se o impossível para negar a existência do mais leve traço de erro. Para tentar tapar o erro inicial cometem-se novos erros. Torna-se impossível um debate intelectualmente honesto com uma pessoa que considera que um erro é algo tão horrível que obriga a um castigo definitivo até ao fim da vida.
Percebemos assim porque é que o PS ainda não pediu desculpa por coisa nenhuma, mas este problema é infelizmente mais genérico. São raríssimos os políticos que pedem desculpa, o que me surpreende porque tenho quase a certeza absoluta que uma atitude dessas seria altamente benvinda pela generalidade dos eleitores.
Quanto ao pedido de desculpas de Passos Coelho é perfeitamente enquadrável em alguém que pede desculpa por uma coisa que vai fazer conscientemente, mas que vai causar um sofrimento necessário.
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