domingo, 23 de maio de 2010

Começa mal

O futuro governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, declarou: "Nós atravessamos em termos internacionais uma fase de alguma desconfiança. Por força não da nossa situação, mas da situação de outros". Eu admitiria que se falasse num exagero de desconfiança e, mesmo assim, só pela carga simbólica das palavras de um responsável. Mas negar a existência de razões objectivas para essa desconfiança parece-me muito mau. Se vamos ter um governador em estado de negação a juntar a um PM também em negação, estamos fritos.

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Carlos-Costa-admite-%93alguma-desconfianca-internacional%94.rtp&article=346784&visual=3&layout=10&tm=6

O elogio a Teixeira dos Santos (“estamos bem entregues”), de quem é amigo e que foi quem o convidou para o cargo parece-me também muito descabido. Um dos mais graves problemas de Constâncio foi a perda de independência do Banco de Portugal, cuja agenda e declarações passaram a estar sujeitas aos interesses do governo. Um novo governador que não percebe que o Banco precisa de se distanciar claramente do governo, começa mal.

Pode ter ouvido elogios à actuação do ministro das Finanças algures, mas não podemos esquecer duas coisas (para além das objecções já referidas): Teixeira do Santos conseguiu a notável proeza de ser “eleito” o pior ministro das Finanças da UE. O ministro tem também um inimigo implacável, que tudo fará para o impedir de fazer um bom trabalho: Sócrates.

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