Acho extremamente louvável a decisão do BPI de sair do consórcio que financia o TGV Caia-Poceirão. É um sinal fortíssimo enviado aos seus concorrentes que é uma imprudência estar a dar o aval a grandes obras públicas de mais do que duvidosa utilidade e que podem causar graves danos ao sector bancário, como já tinha avisado aqui (2 Dez 2009), de que destaco:
Há banqueiros que aplaudem os projectos faraónicos de endividamento público (na expectativa de ganhar umas comissões de financiamento), esquecendo que este endividamento ajuda a que o cenário atrás descrito [de risco de falência da banca] se materialize, colocando os bancos em sério risco.
Já a decisão de Fernando Ulrich de apontar para as nossas dificuldades de financiamento foi interpretada como um tiro no pé por banqueiros no anonimato. Esta é uma escolha arriscada, embora Ulrich tenha falado mais sobre Portugal como um todo e não na banca em particular. Mas, apesar de tudo, acredito no discernimento de Ulrich, que deve ter sentido que só um balde de água gelada pode acabar com o autismo e negação em vive o governo e talvez mesmo alguns dos seus colegas banqueiros.
2 comentários:
Só saiu porque NÃO tem dinheiro
aliás, o BPI fechou os canais de crédito todos porque a crise levou ao encerramento das linhas a Portugal e o banco maravilha do sistema foi o primeiro a levar
Caro anónimo, não percebo a lógica do seu comentário.
Se a crise fechou as linhas a Portugal como é que os outros bancos têm dinheiro? Ou será que o BPI é o único com capacidade de antevisão de perceber que o dinheiro vai acabar em breve enquanto os outros estão irresponsavelmente a gastar as reservas que têm.
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