Os riscos de bancarrota que impendem quer sobre o Estado português, quer sobre a banca nacional, sugerem no mínimo que se faça uma diversificação de depósitos. Mas em que bancos devemos colocar os depósitos?
Julgo que a CGD estará num campeonato à parte. Mesmo que a calamidade das contas públicas impeça o Estado de cumprir a sua parte no Fundo de Garantia dos Depósitos, dificilmente deixará de o fazer sobre os depósitos na CGD.
A partir daqui, instala-se a dúvida. O BCP é o mais frágil, quer em termos de rácios, quer em termos de cotação, quer na falta de consistência da base accionista.
Caso seja necessário, será que os accionistas de referência dos outros bancos avançarão com os fundos necessários a aumentos de capital? O BES tem o Crédit Agricole como grande accionista, mas e se a França também ficar engalfinhada numa grave crise do euro? O BPI e o Santander tem fortes accionistas espanhóis que poderão suster a crise, excepto se enfrentarem também graves problemas no seu mercado doméstico.
Saindo dos cinco grandes e procurando um banco estrangeiro com bolsos bem fundos, que banco escolher? Bancos alemães ou franceses têm grande exposição às dívidas soberanas em risco, pelo que se uma crise de bancarrota se abater sobre a área do euro poderão falir eles próprios. Bancos ingleses têm problemas de outra natureza, mas também estão fragilizados.
Se, por um lado faz todo o sentido procurar diversificar os depósitos, fica muito difícil de perceber (sem uma análise mais aturada) quais os bancos mais seguros para onde faz sentido transferir recursos.
4 comentários:
E os bancos suíços? É expectável que sejam dos últimos a falhar, caso o contágio seja global. O problema é na denominação das contas...
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Os bancos suíços poderão ser uma hipótese interessante, talvez a menos má. Sem ficarem de fora de um contágio global poderão, ainda assim, ser os menos afectados.
Lembrem-se que noutros casos os bancos estrangeiros não se portaram de maneira diferente dos bancos nacionais(vide Argentina).
A única solução é abrir conta fora de Portugal numa jurisdição de confiança.(um país onde o Estado respeite as leis e os direitos dos cidadãos)
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