sexta-feira, 25 de abril de 2008

Equívocos sobre a unidade do PSD

Tal como a renovação parece que a unidade é um elemento importante do futuro do PSD. O primeiro equívoco é a unidade ser possível. Parece-me impossível, o PSD tem demasiadas “visões”, até devido à ausência de uma linha ideológica definida. Mas há dois ramos que se perfilam: o sério e o populista. Menezes era uma populista instável, o que o tornava imprestável. Tenho ideia que se fosse um populista consistente não teria tido tantos problemas. Santana perfila-se como populista menos instável que Menezes. Se Santana ganhar (uma hipótese académica) o PSD voltava à instabilidade de Menezes. O PSD sério jamais o deixaria disparatar em silêncio.

A propósito, Passos Coelho parece pertencer à parte séria do PSD mas, talvez sedento de apoios, não se tem conseguido distanciar do apoio envenenado de Menezes. Estará a tentar a unidade mas por vezes é preferível uma identidade mais nítida do que a integração de facções inconciliáveis a todo o custo.

Há o equívoco de unidade significar o silêncio das críticas a seguir à eleição do líder. Não me preocupam as críticas no dia seguinte à eleição. Uma coisa me parece certa, se as sondagens mostrarem que o PSD sobe e PS desce para níveis próximos um do outro, então aí as críticas baixam porque vai efectivamente "cheirar a poder". E quem me parece mais bem colocado para provocar essa reviravolta nas sondagens é Manuela Ferreira Leite. Nesse momento o PSD vai parecer unido, mas na verdade estará com as divergências silenciadas.

Para reforçar esta ideia das sondagens leia-se o Expresso de hoje, p. 4, onde João Cravinho, Vera Jardim e Vitalino Canas dão claramente a entender que Manuela Ferreira Leite é o adversário mais temido pelo PS.

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