quinta-feira, 24 de abril de 2008

Coelho fraquinho

Segundo o Diário de Notícias de hoje (p. 7) “Passos Coelho tem emprego como tema forte”. Quer “flexibilização das leis laborais” e propõe baixar taxa de contribuição das empresas para a Segurança Social. Parece que tem andado um pouco distraído e não reparou que o governo acaba justamente de fazer as duas coisas. Para quem se quer diferenciar, parece um pouco fraco.

Quanto à substância da proposta a “flexibilização das leis laborais” é muito vaga, sendo que dificilmente alguém viria propor torná-las mais “rígidas”. A descida da taxa de contribuição parece-me uma má medida, pior ainda do que a do governo, que a apresenta como alternativa à subida das contribuições para contratos a prazo e recibos verdes. Como economista, Passos Coelho tinha obrigação de não propor uma medida com riscos de por em causa a sustentabilidade da Segurança Social e com magras perspectivas de conseguir animar o emprego.

A falta de emprego tem muito mais a ver com falta de competitividade do que com flexibilização das leis laborais, que são apenas uma das componentes do problema. Se quer tomar medidas sobre um problema, é melhor que comece por percebê-lo. Para medidas avulsas já nos chegou o Menezes.

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