Sócrates deu ontem uma entrevista à SIC, uma entrevista totalmente domesticada (o preço a pagar para receber o PM?). A SIC poderá ter conseguido um furo, mas claramente não saiu prestigiada.
Sócrates auto-elogiou-se até à náusea, não admitindo quaisquer erros nos últimos três anos. Para além da óbvia falta de honestidade que ressalta desta postura, ressalta ainda a falta de inteligência política. Se o discurso fosse mais matizado, mantendo um tom genericamente positivo, poderia ter alguma adesão ao sentimento das pessoas. Mas nesse tom tão excessivo fica completamente desfocado da realidade. Sócrates esquece que já vamos em muitos anos de “massacre” e, ao contrário do que ele esperava, 2008 vai ser economicamente difícil, por via da conjuntura internacional.
Uma postura mais modesta seria politicamente mais atraente. Mas Sócrates começa a levantar dúvidas sobre se quer ficar para além de 2009. Isto tanto pode ser uma antecipação de uma despedida quase já decidida, como o abrir de uma janela para uma saída pelo seu próprio pé, se perceber, mais perto do acontecimento, que não tem hipóteses de re-eleição. Por agora, Menezes é um seguro para Sócrates, mas é provável que Sócrates duvide que Menezes chegue a 2009.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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