segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ao eleitor idiota e/ou irresponsável

Atenção isto é dirigido aos portugueses mais estúpidos, mais pateticamente ingénuos e irresponsáveis. Menezes promete que com o PSD no poder terão “políticas coerentes e não fechará mais nenhum serviço público durante uma legislatura.” (Público de hoje, p. 11).

A promessa de não fechar nenhum serviço público é ridícula, porque radical. Implica que mesmo que se identifique um serviço que fique esvaziado de funções, devido a um processo de desburocratização, ele não será fechado. Ou talvez, o processo de desburocratização não avance para que o serviço não fique esvaziado de funções…

Agora reparem no “durante uma legislatura”. Isto significa que passado este interregno, já se poderão fechar serviços. Ou seja, promete-se uma legislatura em que a reforma do Estado pára, para descanso.

Leram “políticas coerentes”? Já pararam de rir? O político que fala em desmantelar o Estado em seis meses (embora tenha tido “algumas” dificuldades em concretizar – teve uma ideia gira, mas falta de tempo para se debruçar sobre ela) quer parar a reforma do Estado durante uma legislatura. Coerência?

Pergunto eu: quem é que, não sendo um completo idiota e ingénuo pode levar a sério este tipo de promessas? Este é o tipo de promessas em que não se pode dizer depois: “fui enganado”. Não, se você acreditou nesta promessa ridícula, das duas uma: ou você é um perfeito imbecil incapaz da mais leve análise do que ouve ou você é um irresponsável, que quer ser enganado.

São os eleitores que querem ser enganados que promovem as carreiras políticas dos políticos mentirosos. Você votou em Durão Barroso quando ele propôs o choque fiscal? Votou por causa desta promessa ou apesar dela? Se votou por causa dessa promessa, você queria ser enganado. Não percebeu que essa promessa chocava frontalmente com o discurso que o PSD (mais o governador do Banco de Portugal, os melhores economistas portugueses, etc) vinha tendo sobre a grave crise orçamental?

Menezes ou está demasiado tempo calado, à espera que Sócrates caia por si ou, quando abre a boca, só diz asneiras.

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