Duas saídas óbvias (Saúde e Cultura). Mário Lino deveria acompanhá-los. Maria de Lurdes Rodrigues quase poderia sair com base nos mesmos argumentos de Correia de Campos. Manuel Pinho aprendeu a estar calado, com grande benefício nosso e, por isso, já não se estranha tanto que permaneça, até porque tinha outros à sua frente para sair e Sócrates pretendeu mexer o mínimo.
Há um problema comum aos ministros remodelados e remodeláveis: praticamente nenhum tinha experiência governativa anterior e começaram-na logo como ministros. Este não é aliás um problema específico deste governo, mas tem-se repetido frequentes vezes. Portugal tem produzido um número de ministros muito superior ao de Espanha nas últimas décadas, com a agravante de começarem a carreira no topo.
Por um lado há o problema de um país mais pequeno não poder estar a gerar assim tantas pessoas capazes, muito mais do que Espanha. Por outro lado, há o problema de muitos deles nem sequer poderem beneficiar de uma experiência governativa, ao estrearem-se logo como ministros.
Sócrates não aprendeu a lição, embora no seu caso o risco seja aparentemente menor, dada a rédea curta em que tem os ministros. Voltou a cair no erro de escolher dois ministros que não têm qualquer experiência governativa. Que não estão habituados a lidar diariamente com a luta política. Que têm que tomar decisões polémicas e visíveis.
Revela-se aqui um outro traço de improviso da política à portuguesa. Apesar de o regime já ter mais de 30 anos, continua a não haver uma aposta numa formação de base para estes cargos. Quando chega a altura de uma necessidade, vão-se buscar uns óvnis. Que, com a idade que estes têm, vão ser usados uma vez e provavelmente não voltarão a ser utilizados.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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