Anda para aí uma conversa esquisita sobre militares não poderem estar numa cerimónia privada, que assinala o centenário do regicídio. Há instituições que ficam para lá dos regimes. E um chefe de Estado é um chefe de Estado. Que país é este que acha normal que oficialmente haja silêncio (vai haver mesmo?) no centenário do assassinato do seu chefe de Estado?
Mesmo para um republicano que defenda a 3ª República, não é absolutamente nada líquido que todo e qualquer regime republicano seja de aplaudir, por oposição a um regime monárquico (e há-os de vários tipos). Para mim a linha divisória não está, de maneira nenhuma, entre monarquia e república, mas sim entre liberdade e não liberdade. Por isso, ponho dum lado, a monarquia liberal (com percalços pelo meio, como é evidente) e a 3ª República e, do outro, a 1ª e a 2ª República.
Não percebo a comemoração do 5 de Outubro. Como muito bem anteviu o Eça (que morreu em 1900…), certeiro em muitas previsões: “com estes republicanos, a República será uma balbúrdia sanguinolenta”.
Aliás, nem sequer defendo a 3ª República. Preferia uma 4ª República, com uma Constituição decente, sem a vergonhosa carga ideológica que esta tem. E sem a jurisprudência para-constitucional que temos, parte da qual feita antes das últimas revisões constitucionais (e já vamos em sete!). Desconfio mesmo que alguma dessa jurisprudência é inconsitucional face à actual versão da Constituição.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
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