Do Diário Notícias de hoje, p. 19: “Elogio de Rui Rio a Sócrates causa mal-estar”.
Parece que há muitos menezistas que ficaram indignados com o seguinte “elogio” de Rio: “Não em queixo de Sócrates”. Alguns consideram este deslize mesmo “fatal”. Esta gente vive numa redoma totalmente afastada do país. Julgam que os potenciais eleitores do PSD se ralam minimamente com estas quezílias internas. Julgam mesmo que em 2009 os eleitores se lembrarão de tão ridiculamente pequeno episódio. Fazem uma brutal confusão entre eleitor e militante ferrenho. O pior líder de um partido é o que faz política a pensar sobretudo nos militantes. Entre as preocupações dos militantes e as dos eleitores não poderia haver maior distância.
Esta clubite impede-os de perceber uma outra coisa: não há um português decente, com dois dedos de testa e um mínimo de dignidade que não fique com ataques de vómito com os discursos maniqueístas de muitos políticos. É insuportável a conversa de que tudo o que o nosso partido faz ou diz é maravilhoso e tudo o que os outros fazem ou dizem é horrível. É evidente que este tipo de atitude surge ao cidadão comum (julgo que mais de 90% dos portugueses não militam em nenhum partido) como uma hipocrisia de fugir. Assim sendo, esta atitude de Rio de não criticar Sócrates (nas suas funções autárquicas, bem entendido) longe de ser “fatal”, lhe será favorável, ajudando a criar uma imagem mais credível.
Esta clubite patológica causa um impedimento mais grave, impede algo de essencial: a auto-crítica. O PSD que viu Santana Lopes apeado por Sampaio foi incapaz de fazer auto-crítica e levou-o a eleições, numa das mais espantosas demonstrações de autismo político de que me lembro. Como foi possível não terem antecipado que, com aquele candidato, o PSD iria ter uma das mais vergonhosas derrotas de sempre? E como é possível não aprender a lição nem DEPOIS da derrota? Mesmo com estas provas da mais extraordinária incompetência política por parte do PSD, ainda acredito que Menezes não chegará a 2009 como líder.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
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