Se há coisa que não se aguenta é políticos a tomarem-nos por
parvos. António José Seguro diz que há “divergências insanáveis” entre o PS e o
governo, sobre a estratégia de consolidação orçamental, mas não tem a caridade
de nos explicar exactamente quais são. Oferece-nos também a seguinte pérola: esta
“divergência insanável prestigia a democracia e dá aos portugueses uma
liberdade de escolha”.
Como já conhecemos as propostas do PS, praticamente todas
inconstitucionais à luz da legislação comunitária, somos forçados a concluir
que as “divergências insanáveis” consistem em o governo querer cumprir os
tratados europeus, em particular o Tratado Orçamental, e o PS não os querer
cumprir.
O mais escandaloso nisto tudo é que se o PS fosse governo
seria – obviamente – forçado a cumprir tudo o que este governo tem que cumprir
em termos de redução do défice público, sob pena de Portugal ficar sem
financiamento e ser forçado a pedir um segundo resgate que, meus amigos, seria
muito mais duro do que o primeiro, sobretudo em termos de fiscalização.
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