Nicolau Santos escreveu ontem no Expresso um interessante artigo sobre o futuro da banca portuguesa, mas que acaba com uma dúvida estranha. Começa por falar na elevada probabilidade dos estrangeiros aumentarem a sua participação na banca portuguesa, mas depois teme que isso coloque entraves ao financiamento da economia.
Fico perplexo. Há bancos estrangeiros que estão interessados em comprar bancos portugueses para depois lhes reduzirem o negócio?
É evidente que tudo aponta para que o negócio bancário tenha taxas de crescimento menores nos próximos anos, por todas as razões e mais alguma, começando pelo excesso de endividamento da economia. Se os bancos portugueses passarem para mãos estrangeiras isso será porque não há capitais suficientes para permitirem o seu negócio “normal”, mesmo assim mais reduzido do que a experiência recente. Se não forem vendidos então é que a economia ficaria estrangulada de financiamento.
Mais ainda, se for verdade que accionistas portugueses permitem níveis de endividamento maiores do que accionistas estrangeiros, então é absolutamente lamentável que os bancos portugueses não estejam há mais tempo nas mãos de estrangeiros, porque isso significaria que os nossos problemas gravíssimos de endividamento seriam agora bem menores.
1 comentário:
O dito sr. dá voz às preocupações dos acionistas de alguns bancos portugueses, que já devem às instituições mais do que valem as suas ações.
Quando este esquema der para o torto como no BPN, as autoridades vão dizer que não sabiam e lá vai a CGD (contribuinte) absorver o prejuízo.
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