Várias empresas portuguesas, vítimas do fecho da torneira do
crédito interno e quase impedidas de recorrer ao financiamento externo, têm
recorrido à emissão de obrigações de médio prazo, como é este caso.
Dado que estou convicto que Portugal deverá sair do euro nos
próximos meses, desaconselho vivamente a compra destas obrigações. Em primeiro
lugar, a excepcional turbulência dos tempos que vivemos sugere que se assumam
compromissos com os menores prazos possíveis, evitando ficar com os vossos
fundos paralisados num investimento de médio prazo. Mesmo para aqueles que
acreditam que o euro ainda vai aguentar durante algum tempo, acham que Portugal
ainda estará no euro daqui a cinco anos?
Em segundo lugar, como explico com mais detalhe no meu livro
“O fim do euro em Portugal?”, páginas 219-220, as obrigações a taxa fixa
deverão sofrer duas perdas de valor significativas: i) pela desvalorização do
novo escudo; ii) por terem taxas muito inferiores às que vigorarão no novo
escudo.
Se estas obrigações vierem a ser cotadas em bolsa, poderão
ser resgatadas com facilidade e o dinheiro não estará tão “paralisado”, mas
isso não impedirá as perdas de que falo acima.
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