A revisão em baixa da previsão do PIB de 2008 pelo Banco de Portugal tem implícito uma queda no último trimestre do ano de quase 1%. Para 2009 continuam as quedas (-0,8% no conjunto do ano) e para 2010 provavelmente ainda algumas quedas de modo que o conjunto do ano se fica apenas por uns míseros 0,3%.
A diminuição do défice externo para 2009 deve-se exclusivamente à redução do preço das matérias-primas, enquanto a subida para 2010 resulta de uma deterioração da balança de rendimentos, bem de um “aumento limitado e gradual das taxas de juro”.
O défice externo flutua em função de influências externas, não havendo nenhuns efeitos de políticas nacionais de recuperação da competitividade que possam: 1º) abrandar o actual ritmo explosivo de crescimento da dívida externa; 2º) mais tarde, colocar mesmo um tecto na dívida externa em percentagem do PIB.
Neste contexto estranham-se as declarações de Constâncio: "No curto prazo, conter mais o crescimento do endividamento externo implicaria o agravamento da recessão, que não seria aceitável face aos riscos de desemprego e perda de rendimento que implica" (Público de hoje, p. 2). Não existe apenas uma forma de conter o endividamento externo (conter a procura privada), existem várias (eg, melhorar a competitividade). Portugal não precisa de conquistar novos mercados com o mundo em recessão, precisa de conquistar o seu próprio mercado, invadido por produções mais competitivas do que a portuguesa. E este objectivo faz sentido não só no curto prazo, como a mais longo prazo.
A diminuição do défice externo para 2009 deve-se exclusivamente à redução do preço das matérias-primas, enquanto a subida para 2010 resulta de uma deterioração da balança de rendimentos, bem de um “aumento limitado e gradual das taxas de juro”.
O défice externo flutua em função de influências externas, não havendo nenhuns efeitos de políticas nacionais de recuperação da competitividade que possam: 1º) abrandar o actual ritmo explosivo de crescimento da dívida externa; 2º) mais tarde, colocar mesmo um tecto na dívida externa em percentagem do PIB.
Neste contexto estranham-se as declarações de Constâncio: "No curto prazo, conter mais o crescimento do endividamento externo implicaria o agravamento da recessão, que não seria aceitável face aos riscos de desemprego e perda de rendimento que implica" (Público de hoje, p. 2). Não existe apenas uma forma de conter o endividamento externo (conter a procura privada), existem várias (eg, melhorar a competitividade). Portugal não precisa de conquistar novos mercados com o mundo em recessão, precisa de conquistar o seu próprio mercado, invadido por produções mais competitivas do que a portuguesa. E este objectivo faz sentido não só no curto prazo, como a mais longo prazo.
1 comentário:
A mim confesso que me surpreende mais a cegueira da Europa em optar precipitadamente pela cópia do modelo americano, como explico em http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/01/o-pacote-de-estmulos-e-receita-de.html
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