A queda da
biodiversidade na alimentação e agricultura pode criar um colapso na produção
de alimentos num futuro não muito longínquo.
A FAO divulgou, em Fevereiro, o primeiro relatório sobre o Estado da biodiversidade na alimentação e agricultura no mundo,
que traça um cenário preocupante.
As conclusões principais são as seguintes:
“1. A biodiversidade na alimentação e na agricultura é
indispensável para a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e
muitos serviços vitais dos ecossistemas.
“2. Apesar de muitas mudanças estarem a ter impactos
negativos na biodiversidade na alimentação e na agricultura, algumas apresentam
oportunidades de promover uma gestão mais sustentável.
“3. A biodiversidade na alimentação e na agricultura está em
declínio.
“4. A utilização de práticas amigas da biodiversidade está a
aumentar.
“5. O actual enquadramento para a sustentabilidade da biodiversidade
na alimentação e na agricultura é insuficiente.
“O que precisa de ser feito é melhorar o conhecimento do
papel da biodiversidade nos processos ecológicos da alimentação e agricultura, e
usar esse conhecimento para desenvolver estratégias de gestão que protegem,
restauram e melhoram estes processos.” (minha tradução).
Esta falta de biodiversidade constitui um risco gravíssimo,
porque qualquer doença pode ter um efeito devastador na produção e colocar em causa
a alimentação da humanidade.
As implicações disto para a Política Agrícola Comum (PAC)
são bastante óbvias. É necessário substituir os subsídios à produção por
subsídios à biodiversidade e Portugal estará numa posição privilegiada para
aproveitar isto.
Mais genericamente, o orçamento comunitário precisa de ser
profundamente revisto, com uma forte redução no peso da PAC, quase metade do
total, e aumento da componente destinada a investigação e desenvolvimento. É
muitíssimo mais útil encaminhar verbas para o progresso tecnológico, sobretudo
na área das energias renováveis, para, numa abordagem mais global, aumentarmos
a sustentabilidade do nosso modo de vida.
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