Pré-publicação do meu livro, que deverá estar disponível na
próxima semana:
Passado cerca de ano e meio do lançamento da primeira edição
deste livro, é chegada a hora de uma nova edição, revista e actualizada.
A revisão incide sobretudo sobre gralhas, questões de
pormenor e de estilo. A única revisão importante prende-se com a previsão que
fiz inicialmente, que o euro iria acabar em Portugal até ao final de 2012. Como
é evidente, isso não se confirmou, mas continuo a prever que o euro não deverá
ter muito mais tempo de vida. Saliento que nenhum dos problemas estruturais do
euro foi até agora resolvido. Para além disso, também não parece existir
margem, sobretudo política, para que isso venha a ocorrer em tempo útil.
A actualização prende-se com o tempo que decorreu
entretanto, que trouxe algumas novidades, com destaque para o pedido de ajuda
de Chipre, em Março de 2013, que foi excepcionalmente mal gerido. A inépcia em
torno deste episódio reforça a ideia de que as lideranças europeias não têm
soluções preparadas de antemão, estão a gerir a crise à medida que os problemas
ocorrem e nem isso estão a fazer de forma minimamente satisfatória.
Foi acrescentado um capítulo sobre o programa da troika, onde se faz a sua avaliação, com
algumas limitações, por estarmos ainda demasiado próximos.
A decepção em relação à prometida união bancária, quase
inútil na forma aprovada, também reforça o cepticismo em relação à capacidade
política dos líderes europeus de construírem as condições de sobrevivência a
médio prazo do euro.
No início de 2014, verificou-se uma descida generalizada das
taxas de juro de longo prazo, o que poderá transmitir uma sensação de fim da
crise, mas isto não passa de um alívio temporário. A própria decisão, com
alguma ambiguidade, do Tribunal Constitucional alemão também não deve inspirar
tranquilidade.
Saliento que não defendo a saída do euro, apenas prevejo que
isso venha a acontecer, devido às fragilidades da moeda única e da
impossibilidade de se gerarem condições políticas para construir uma solução
estrutural.
Esta nova edição mantém a estrutura da primeira, com duas
partes sobre o passado e duas outras sobre o futuro.
1 comentário:
Concordo muito com a sua visão e partilho de muitas das suas opiniões... Mas pela forma teimosa e obstinada com que os líderes políticos gerem esta questão, acho que tem de começar desde já a preparar a 3ª edição... Não porque o seu raciocínio esteja incorrecto, mas porque está incompleto ao não considerar que para haver uma saída do euro as razões económico-financeiras não são suficientes: é preciso juntar a isso vontade (ou será antes coragem?) política
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