sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Primeiras medidas

O Congresso americano chegou a acordo sobre os princípios do pacote de ajuda ao sector financeiro:

http://media.ft.com/cms/9db1e4f6-8b47-11dd-b634-0000779fd18c.pdf

Estamos longe das condições extravagantes que o secretário do Tesouro tinha pedido (praticamente fazer o que lhe apetecesse sem explicações) e também ainda estamos longe de uma solução concreta.

Tenho algumas sugestões. Os activos tóxicos a ser comprados pelo fundo público (FP) a constituir deveriam ser avaliados de forma independente por instituições que ponha o dinheiro onde a boca está. As agências de rating, dos maiores culpados da actual situação, não estão em condições de o fazer, quer porque não têm capitais para o fazer, quer porque têm a imagem estragada. Eis o que sugiro: o banco A paga ao banco B uma comissão para este avaliar o activo tóxico X que A tem no seu balanço. Com base nesta avaliação, A consegue vender o activo X ao FP com 20% de desconto. Para que B esteja mesmo empenhado em avaliar correctamente (ou eventualmente por baixo) o activo X, B fica responsável por uma eventual perda de valor até, digamos, 25% do valor de X.

Detendo o activo X até à maturidade, o fundo público fica com razoáveis possibilidades de vir a ganhar dinheiro, sendo essa a remuneração extra por suportar um activo tóxico. Até perdas de 20%, FP está garantido, por ter comprado o activo com desconto. De perdas entre 20% e 25%, FP continua garantido, porque aí B é responsável por estas perdas. Só a partir daí é que FP regista mesmo perdas.

Este sistema evita que os activos tóxicos sejam avaliados por excesso e penaliza claramente os bancos que têm estes activos. Os valores numéricos são indicativos e há outras questões a afinar. Parece-me que deveria haver uma qualquer penalização para B, quando as perdas estão entre 0% e 20%.

Sem comentários: