A estimativa rápida da inflação na zona do euro atingiu em Junho os 4.0%, o máximo dos últimos 16 anos. O que está por trás desta subida? Claramente, um choque adverso da oferta agregada, centrado nos preços do petróleo e produtos agrícolas. Em relação ao impacto temporal, admite-se que o choque nos preços do petróleo seja mais estrutural, enquanto nos preços agrícolas a capacidade de adaptação é maior e poderemos já este ano assistir a algumas quedas nos preços.
Como o choque petrolífero (o 3º) é estrutural, vamos ter que nos adaptar, passando para um patamar inferior de rendimento, a partir do qual retomaremos uma trajectória ascendente. Há uma perda que temos que assumir, mas não vamos ficar condenados a não a recuperar.
Se estivéssemos perante um choque da procura agregada, o trabalho do BCE seria facílimo, com uma subida das taxas de juro a arrefecer a economia. Mas como estamos perante um choque da oferta, não há respostas inequívocas, porque temos em simultâneo uma subida do desemprego e da inflação. Se o BCE atacar a inflação vai agravar o desemprego. Mas o BCE não é o único actor aqui em jogo: há também governos e sindicatos. Se os governos e os sindicatos forem realistas e perceberem que este choque do petróleo exige uma queda dos salários reais, esta subida da inflação poderá ser temporária e não exigir medidas significativas. Mas se se pretender contrariar o ajustamento necessário e se fizerem reivindicações salariais para repor o poder de compra, vamos assistir a uma escalada de salários e preços que vai obrigar o BCE a subir as taxas de juro para níveis muito mais elevados, o que forçará o desemprego a subir muito mais.
Um choque petrolífero obriga a um ajustamento sempre doloroso. Quanto mais houver tentativas de fugir ao ajustamento, mais violento e demorado será esse ajustamento, que terá sempre que ser feito. Atenção governos e sindicatos: nada de discursos hipócritas sobre o BCE. Aquilo que o BCE vai ser obrigado a fazer vai depender crucialmente da resposta que governos e sindicatos derem a este 3º choque petrolífero.
Como o choque petrolífero (o 3º) é estrutural, vamos ter que nos adaptar, passando para um patamar inferior de rendimento, a partir do qual retomaremos uma trajectória ascendente. Há uma perda que temos que assumir, mas não vamos ficar condenados a não a recuperar.
Se estivéssemos perante um choque da procura agregada, o trabalho do BCE seria facílimo, com uma subida das taxas de juro a arrefecer a economia. Mas como estamos perante um choque da oferta, não há respostas inequívocas, porque temos em simultâneo uma subida do desemprego e da inflação. Se o BCE atacar a inflação vai agravar o desemprego. Mas o BCE não é o único actor aqui em jogo: há também governos e sindicatos. Se os governos e os sindicatos forem realistas e perceberem que este choque do petróleo exige uma queda dos salários reais, esta subida da inflação poderá ser temporária e não exigir medidas significativas. Mas se se pretender contrariar o ajustamento necessário e se fizerem reivindicações salariais para repor o poder de compra, vamos assistir a uma escalada de salários e preços que vai obrigar o BCE a subir as taxas de juro para níveis muito mais elevados, o que forçará o desemprego a subir muito mais.
Um choque petrolífero obriga a um ajustamento sempre doloroso. Quanto mais houver tentativas de fugir ao ajustamento, mais violento e demorado será esse ajustamento, que terá sempre que ser feito. Atenção governos e sindicatos: nada de discursos hipócritas sobre o BCE. Aquilo que o BCE vai ser obrigado a fazer vai depender crucialmente da resposta que governos e sindicatos derem a este 3º choque petrolífero.
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