Constâncio tem uma excelente reputação como técnico, mas ignorou o nosso défice externo que nos está a perseguir, o que constitui um grave erro técnico. Foi laxista na supervisão e incapaz de afirmar a independência do Banco de Portugal face ao poder político.
Mas, ironicamente, é bem capaz de fazer um melhor lugar no BCE do que fez no Banco de Portugal. As suas capacidades técnicas aliadas à lição que aprendeu por não ter prestado a devida atenção à supervisão deverão ajudá-lo muito. A sua falta de independência em relação ao governo português passará a ser um não problema no BCE. Mas, acima de tudo, no Banco de Portugal Constâncio estava na sua “zona de conforto” e no BCE vai ser forçado a dar o litro. Será provavelmente mais um caso de um português que só lá fora é que pode dar o seu melhor. Ou é chamado a dar o seu melhor.
Para o substituir no Banco de Portugal o meu “voto” vai para Vítor Bento, que alia uma sólida competência a uma forte independência.
1 comentário:
O problema da supervisão reside mais na qualidade das equipas que compõem o departamento do que no chefe máximo.
Obviamente que alguém, um dia, terá que ter a coragem de fazer novas equipas a partir do zero
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