“A Comissão Europeia (CE), liderada por Durão Barroso, vai recorrer ao Tribunal de Justiça Europeu da decisão dos Estados-membros de cortar para metade os aumentos salariais dos funcionários das várias instituições. A legislação comunitária dita que o aumento anual do ordenado dos cerca de 45 mil trabalhadores é de 3,7%, mas o Conselho dos 27 decidiu em 2010 não ir para além dos 1,85%, por causa da crise económica.
“Confrontado com o conflito entre a CE e os Estados-membros, o eurodeputado do PS, Capoulas Santos, foi peremptório: "Nestas questões, deve prevalecer sempre aquilo que está previsto na lei, independentemente de quaisquer imprevistos, nomeadamente se a inflação aumentou ou diminuiu." Também o eurodeputado social-democrata Mário David é da opinião de que "a Comissão Europeia está apenas a cumprir aquela que é uma das suas competências", ou seja, "ser guardiã dos tratados".”
A Europa está longe dos cidadãos e é mal querida? Pois bem, aumente-se a impopularidade. Enquanto a Comissão Europeia vai exigindo um forte aperto orçamental num prazo muito curto aos estados-membros, atribui-se a si própria (e aos seus) aumentos escandalosos sobre salários de base já principescos. É evidente que isto não é apenas um erro político, deriva também de um dose muito “generosa” de egoísmo.
A argumentação dos eurodeputados portugueses então é maravilhosa: a gestão da coisa pública deve ser imune a imprevistos tão insignificantes como a maior crise económica e financeira dos últimos 80 anos.
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