O governo ainda não colocou em linha o relatório do orçamento para 2010, mas o cenário macroeconómico está disponível nas GOP. Para este ano o governo prevê um crescimento de 0,7%, em linha com as previsões do Banco de Portugal, embora com algumas diferenças a nível das suas componentes. Enquanto o banco central não confiava na redução do consumo público, o governo “promete” uma redução de 0,9%.
O cenário do governo também é mais “virtuoso”, ao estimar uma menor queda no investimento e um maior crescimento nas exportações do que o Banco de Portugal.
Este cenário é globalmente menos delirante do que o cenário inicial do orçamento do ano passado, mas tinha que manter uma certa dose de fantasia, ainda e sempre na estimativa para o desemprego, que o governo estima que suba para apenas 9,8%. Esta previsão é impossível de se concretizar e incoerente com a perspectiva de crescimento do próprio governo. De acordo com o INE, o desemprego já atingiu esse mesmo valor no 3º trimestre de 2009. Segundo o Eurostat, já ultrapassou os 10% entretanto. Com a economia anémica é evidente que o desemprego vai continuar a subir ao longo de 2010, sendo impossível de se fixar no valor “previsto” pelo governo.
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