segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Deflação em Portugal

O Público de hoje tem um extenso artigo sobre o “perigo” da deflação em Portugal. Estou mais interessado em analisar os impactos de uma eventual deflação do que analisar a sua probabilidade, porque os comentários lidos são respostas demasiado “livro de texto”, dando pouca atenção às nossas circunstâncias.

Vamos admitir (uma hipótese com alguma verosimilhança nos dados disponíveis) que Portugal vai entrar em deflação, mas a Europa não. Nos casos típicos a deflação gera uma depressão da procura interna, que atrasa sucessivamente a recuperação. Mas o caso português não é típico: temos excesso de procura interna e défice de competitividade (para além de uma falta temporária de procura externa).

A deflação deprime o consumo, adiado à espera de novas quedas de preços. Esta queda do consumo também deprime o investimento nos sectores que servem o mercado interno, mas não nos sectores exportadores. Por outro lado, é suposto a deflação levar a uma forte moderação salarial, permitindo recuperar parte das fortes perdas de competitividade que sofremos na última década e meia. Este é o elo mais fraco da questão, porque os aumentos salariais em Portugal têm sido um mistério, com aumentos muito superiores aos ganhos de produtividade num cenário de crescimento do desemprego, o que é quase impossível de explicar.

Ou seja, deflação em Portugal diminuiria o nosso excesso de consumo, redireccionaria a estrutura produtiva para os sectores transaccionáveis e melhoraria a nossa competitividade. Ficaríamos assim com uma economia mais equilibrada, com algum crescimento, longe dos cenários que olham a deflação como sinónimo de terror.

4 comentários:

pvnam disse...

«........mini-spam........»
Uma guerra civilizacional

Como é óbvio, quem não constitui uma sociedade sustentável [média de 2.1 filhos por mulher], não só procura infiltra-se em qualquer lado... como também, é INTOLERANTE para com a preservação das Identidades Étnicas Autóctones

A questão dos "parvos brancos" é uma realidade... visto que estamos perante o seguinte facto: só os OTÁRIOS - da FN, do BNP, do PNR, etc - é que não querem ver aquilo que 'salta à vista':
-> os negociatas-fáceis (a maioria dos europeus)... não são de confiança...
-> Os predadores... são insaciáveis...

OBS:
-> NEGOCIATAS-FÁCEIS: a maioria dos europeus são seguidores daquela 'grande tradição europeia': negociatas fáceis tipo -> exploração de escravos, roubo de territórios a povos indígenas, mão-de-obra servil imigrante ao preço da chuva, etc...
-> PREDADORES: existem povos (africanos, asiáticos, etc) que estão numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios...

---> Ora, com negociatas-fáceis [que não são de confiança] e com predadores [que são insaciáveis].. é importante que as pessoas se deixem de palermices (das mais variadas formas e feitios!)... e que assumam aquilo que salta à vista: apenas o SEPARATISMO poderá proporcionar a Sobrevivência da Identidade étnica europeia.
[nota: para além da GRANDE TRADIÇÃO EUROPEIA (vulgo negociatas-fáceis), existe uma UMA GRANDE TRADIÇÃO UNIVERSAL: a existência de povos autóctones no SEU espaço]

OBS 2: É preciso dizer NÃO à civilização das corridas demográficas... e dizer SIM à civilização da tolerância: é aquela aonde todos os povos - quer os de menor rendimento demográfico, quer os economicamente menos rentáveis - possuem o Direito de ter seu espaço no planeta.


ANEXO:
-> Com o fim da repressão dos Direitos das mulheres, os europeus são um povo que apresentam uns Custos de Renovação Demográfica altíssimos: incentivos monetários à natalidade, despesas com a fertilidade dos casais, despesas com a gravidez das mulheres, despesas em Saúde e Educação até à idade adulta, etc... necessários para... se conseguir alcançar a média de 2.1 filhos por mulher.
-> Como os nativos norte-americanos eram economicamente pouco rentáveis [eram nómadas que seguiam atrás das manadas de bisontes] os Capitalistas Selvagens promoveram uma substituição populacional...
-> Como os nativos europeus são economicamente pouco rentáveis [Custos de Renovação Demográfica altíssimos] os Capitalistas Selvagens [donos dos media, e dos jornalistas amestrados] estão a promover uma substituição populacional...

João Pedro Santos disse...

Apesar da descida do indice de preços não penso que se possa falar em deflação, pois essa descida tem,-se ficado fundamentalmente a dever à evolução da energia (e.g. combustíveis) e bens não transformados (o que não constitui propriamente o tipo de bens cuja procura possa ser adiada).
Tenho mesmo dúvidas que, num pequeno país integrado numa união económica e monetária, seja provável um cenário de deflação (descida generalizada e persistente) sem que o mesmo se verifique no resto dos membros dessa união. Embora admita que na ausência de ganhos de produtividade relativos seja a unica forma de recuperar competitividade.
Admitindo um cenário de deflação, concordo em grande parte com o post, mas isso não significa que o ajustamento seja menos penoso nomeadamente em termos de desemprego.

Pedro Braz Teixeira disse...

teste

Pedro Braz Teixeira disse...

Eu não disse que já estávamos em deflação, escrevi inclusive que não queria neste momento discutir a probabilidade de virmos a estar em deflação. Mas a inflação subjacente (excluindo bens alimentares e energéticos) entrou em terreno negativo em Setembro (-0,2%).

Quanto a diferenças entre Portugal e a zona do euro, temos neste momento uma taxa de inflação harmonizada 1,5pp inferior à media da zona do euro, “a maior diferença desde que foi criada a moeda única” (segundo o Público de ontem). Ou seja, estes valores são perfeitamente compatíveis com deflação ligeira em Portugal e inflação muito modesta na zona do euro.

Quanto ao desemprego este cenário é menos penoso do que o cenário típico dos “livros de texto” porque os sectores transaccionáveis da economia estariam com algum dinamismo, a criar emprego.