O PSD tinha a obrigação de ganhar estas eleições. Há uma onda europeia de voltar à direita. O PS teve uma governação de plástico, incompetente e arrogante. Sócrates foi desmascarado como um dos políticos mais desonestos desde sempre. Havia uma política de clara alternativa à do governo, uma demarcação muito mais nítida do que em anteriores eleições. O desemprego estava em máximos históricos e a subir.
Portugal sofre de um doença económica raríssima e gravíssima: é o único país da UE que está em divergência estrutural (há praticamente uma década) e o PSD não soube transformar esta triste e séria realidade num tema central do debate político. Quando, ainda por cima, este problema é um dos mais importantes argumentos para a necessidade de uma mudança de política económica.
Durante a campanha eleitoral o PSD permitiu que casos ridículos desviassem a atenção do essencial, ao contrário de, por exemplo, o CDS, que conseguiu um resultado histórico.
Durante a campanha o PSD recebeu trunfos, que ignorou, para escândalo dos mais atentos: a OCDE apresentou uma proposta de redução das contribuições sociais, em linha com a proposta do PSD e contra o recentemente aprovado código das contribuições do PS.
Por tudo isto afirmo que estas eleições deram uma derrota humilhante ao PSD, mas não injusta.
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