É consensual a ideia de que a economia portuguesa baixou o seu potencial de crescimento de cerca de 3% até finais dos anos 90 para cerca de metade nos últimos anos. É relativamente consensual que a principal razão para esta perda de potencial se deve à forte perda de competitividade iniciada alguns anos antes.
O governo tem tentado construir (sem grande empenho nem convicção) uma narrativa alternativa. A economia portuguesa estaria a crescer menos por estar em reestruturação. Será? Esta narrativa não faz sentido e está a desviar-nos de reconhecer os verdadeiros problemas e ignorar as soluções necessárias.
Desde logo convém lembrar que, desde a Revolução Industrial, todas em economia estão sempre em reestruturação, com queda do peso da agricultura na estrutura do emprego. Nas últimas décadas há duas forças principais que estão em acção a acelerar o processo natural de reestruturação: a globalização e a aceleração do progresso tecnológico. Certos países estão a sofrer de uma fonte extra de reestruturação: os países do Leste Europeu estão a adaptar-se de uma economia de direcção central para uma economia de mercado. A Hungria e a República Checa (únicos países para os quais OCDE apresenta valores) estão com crescimentos potenciais acima dos 4%.
A Espanha sofreu um duro processo de reestruturação, que conduziu a taxas de desemprego muito elevado, mas isso conduziu-a a potenciais de crescimento acima dos 3%. Durante um período de reestruturação mais intenso o emprego pode cair, mas a produtividade deverá estar a subir, quando se perdem (muitos) empregos pouco qualificados e se criam (comparativamente menos) empregos qualificados.
Mas, pergunta-se, qual é esse fenómeno extra de reestruturação que se está a passar em Portugal, para além do que se regista no resto do mundo e da Europa em particular? O governo importa-se de explicar?
Mas, sobretudo, os dados contradizem completamente este fenómeno. Por um lado, o emprego está a crescer a uma taxa robusta (acima de 1% no 1º semestre de 2008). Por outro lado, depois de muitos anos de baixíssimo crescimento da produtividade, no 1º semestre de 2008 o crescimento da produtividade foi negativo. Como é possível falar em reestruturação de uma economia com queda da produtividade? Só se estiver a substituir empregos qualificados por empregos não qualificados. Não é esse o tipo de de reestruturação que queremos, pois não?
Em resumo, 1) os dados não suportam a ideia de reforço da reestruturação em Portugal; 2) um processo de reestruturação forte não tem que baixar o potencial de crescimento de uma economia. Logo, se o governo está à espera que, no “final” da reestruturação o potencial da economia recupere, mais vale sentar-se.
O governo tem tentado construir (sem grande empenho nem convicção) uma narrativa alternativa. A economia portuguesa estaria a crescer menos por estar em reestruturação. Será? Esta narrativa não faz sentido e está a desviar-nos de reconhecer os verdadeiros problemas e ignorar as soluções necessárias.
Desde logo convém lembrar que, desde a Revolução Industrial, todas em economia estão sempre em reestruturação, com queda do peso da agricultura na estrutura do emprego. Nas últimas décadas há duas forças principais que estão em acção a acelerar o processo natural de reestruturação: a globalização e a aceleração do progresso tecnológico. Certos países estão a sofrer de uma fonte extra de reestruturação: os países do Leste Europeu estão a adaptar-se de uma economia de direcção central para uma economia de mercado. A Hungria e a República Checa (únicos países para os quais OCDE apresenta valores) estão com crescimentos potenciais acima dos 4%.
A Espanha sofreu um duro processo de reestruturação, que conduziu a taxas de desemprego muito elevado, mas isso conduziu-a a potenciais de crescimento acima dos 3%. Durante um período de reestruturação mais intenso o emprego pode cair, mas a produtividade deverá estar a subir, quando se perdem (muitos) empregos pouco qualificados e se criam (comparativamente menos) empregos qualificados.
Mas, pergunta-se, qual é esse fenómeno extra de reestruturação que se está a passar em Portugal, para além do que se regista no resto do mundo e da Europa em particular? O governo importa-se de explicar?
Mas, sobretudo, os dados contradizem completamente este fenómeno. Por um lado, o emprego está a crescer a uma taxa robusta (acima de 1% no 1º semestre de 2008). Por outro lado, depois de muitos anos de baixíssimo crescimento da produtividade, no 1º semestre de 2008 o crescimento da produtividade foi negativo. Como é possível falar em reestruturação de uma economia com queda da produtividade? Só se estiver a substituir empregos qualificados por empregos não qualificados. Não é esse o tipo de de reestruturação que queremos, pois não?
Em resumo, 1) os dados não suportam a ideia de reforço da reestruturação em Portugal; 2) um processo de reestruturação forte não tem que baixar o potencial de crescimento de uma economia. Logo, se o governo está à espera que, no “final” da reestruturação o potencial da economia recupere, mais vale sentar-se.
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