Silva Lopes já considerou este orçamento mais duro do que as medidas de 1983, quando recorremos pela última vez à ajuda do FMI. Talvez isso pareça assim porque então havia uma medida que ia ao bolso dos portugueses sem se notar tanto: a desvalorização. Como hoje esse instrumento não está disponível, o instrumento disponível (o orçamento) tem que ser aplicado de forma mais intensa.
Esta intensidade já despertou a ira dos sindicatos, a CGTP fala mesmo em“declaração de guerra”. Há quem veja Portugal a seguir o caminho da Grécia, numa espiral de austeridade, recessão, aumento do défice público, necessidade de mais austeridade, etc. Há mesmo quem imagine que seguir o caminho da Grécia – por ser insolúvel – nos daria poder negocial, obrigaria a UE a ajudar-nos a sério, para não nos deixar cair.
Esperemos que o problema grego conheça uma solução em breve, para os portugueses iludidos perceberem que a alternativa é mesmo desastrosa e trabalharem para o sucesso do plano de ajustamento português. Ou, pelo menos, para não colocarem obstáculos que nos coloquem no caminho de uma tragédia grega.
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